segunda-feira, 16 de setembro de 2013

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Poesia de Castro Alves - O Navio Negreiro



Navio negreiro - Castro Alves  (Clique aqui para assistir o clip)

'Estamos em pleno mar...
Doido no espaço Brinca o luar
— dourada borboleta;
E as vagas após ele correm... cansam
Como turba de infantes inquieta.

'Stamos em pleno mar... Do firmamento
Os astros saltam como espumas de ouro...
O mar em troca acende as ardentias,
— Constelações do líquido tesouro...

'Estamos em pleno mar... Dois infinitos
Ali se estreitam num abraço insano,
Azuis, dourados, plácidos, sublimes...
Qual dos dois é o céu? qual o oceano?...

'Estamos em pleno mar. . . Abrindo as velas
Ao quente arfar das virações marinhas,
Veleiro brigue corre à flor dos mares,
Como roçam na vaga as andorinhas...

Donde vem? onde vai?  Das naus errantes
Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço?
Neste Saara os corcéis o pó levantam, 
Galopam, voam, mas não deixam traço.

Bem feliz quem ali pode nest'hora
Sentir deste painel a majestade!
Embaixo — o mar em cima — o firmamento...
E no mar e no céu — a imensidade!

Oh! que doce harmonia traz-me a brisa!
Que música suave ao longe soa!
Meu Deus! como é sublime um canto ardente
Pelas vagas sem fim boiando à toa!

Homens do mar! ó rudes marinheiros,
Tostados pelo sol dos quatro mundos!
Crianças que a procela acalentara
No berço destes pélagos profundos!

Esperai! esperai! deixai que eu beba
Esta selvagem, livre poesia
Orquestra — é o mar, que ruge pela proa,
E o vento, que nas cordas assobia...
..........................................................

Por que foges assim, barco ligeiro?
Por que foges do pávido poeta?
Oh! quem me dera acompanhar-te a esteira
Que semelha no mar — doido cometa!

Albatroz!  Albatroz! águia do oceano,
Tu que dormes das nuvens entre as gazas,
Sacode as penas, Leviathan do espaço,
Albatroz!  Albatroz! dá-me estas asas.


II

    
Que importa do nauta o berço,
Donde é filho, qual seu lar?
Ama a cadência do verso
Que lhe ensina o velho mar!
Cantai! que a morte é divina!
Resvala o brigue à bolina
Como golfinho veloz.
Presa ao mastro da mezena
Saudosa bandeira acena
As vagas que deixa após.

Do Espanhol as cantilenas
Requebradas de langor,
Lembram as moças morenas,
As andaluzas em flor!
Da Itália o filho indolente
Canta Veneza dormente,
— Terra de amor e traição,
Ou do golfo no regaço
Relembra os versos de Tasso,
Junto às lavas do vulcão!

O Inglês — marinheiro frio,
Que ao nascer no mar se achou,
(Porque a Inglaterra é um navio,
Que Deus na Mancha ancorou),
Rijo entoa pátrias glórias,
Lembrando, orgulhoso, histórias
De Nelson e de Aboukir.. .
O Francês — predestinado —
Canta os louros do passado
E os loureiros do porvir!

Os marinheiros Helenos,
Que a vaga jônia criou,
Belos piratas morenos
Do mar que Ulisses cortou,
Homens que Fídias talhara,
Vão cantando em noite clara
Versos que Homero gemeu ...
Nautas de todas as plagas,
Vós sabeis achar nas vagas
As melodias do céu! ...


III

    
Desce do espaço imenso, ó águia do oceano!
Desce mais ... inda mais... não pode olhar humano
Como o teu mergulhar no brigue voador!
Mas que vejo eu aí... Que quadro d'amarguras!
É canto funeral! ... Que tétricas figuras! ...
Que cena infame e vil... Meu Deus! Meu Deus! Que horror!


IV

     
Era um sonho dantesco... o tombadilho 
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite... 
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...

Negras mulheres, suspendendo às tetas 
Magras crianças, cujas bocas pretas 
Rega o sangue das mães: 
Outras moças, mas nuas e espantadas, 
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!

E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente 
Faz doidas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala, 
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...

Presa nos elos de uma só cadeia, 
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece, 
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!

No entanto o capitão manda a manobra,
E após fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..."

E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .
E da ronda fantástica a serpente
          Faz doidas espirais...
Qual um sonho dantesco as sombras voam!...
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
          E ri-se Satanás!... 


V

    
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Com esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!

Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz?
Quem são?   Se a estrela se cala,
Se a vaga à pressa resvala
Como um cúmplice fugaz,
Perante a noite confusa...
Dize-o tu, severa Musa,
Musa libérrima, audaz!...

São os filhos do deserto,
Onde a terra esposa a luz.
Onde vive em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão.
Ontem simples, fortes, bravos.
Hoje míseros escravos,
Sem luz, sem ar, sem razão. . .

São mulheres desgraçadas,
Como Agar o foi também.
Que sedentas, alquebradas,
De longe... bem longe vêm...
Trazendo com tíbios passos,
Filhos e algemas nos braços,
N'alma — lágrimas e fel...
Como Agar sofrendo tanto,
Que nem o leite de pranto
Têm que dar para Ismael.

Lá nas areias infindas,
Das palmeiras no país,
Nasceram crianças lindas,
Viveram moças gentis...
Passa um dia a caravana,
Quando a virgem na cabana
Cisma da noite nos véus ...
... Adeus, ó choça do monte,
... Adeus, palmeiras da fonte!...
... Adeus, amores... adeus!...

Depois, o areal extenso...
Depois, o oceano de pó.
Depois no horizonte imenso
Desertos... desertos só...
E a fome, o cansaço, a sede...
Ai! quanto infeliz que cede,
E cai p'ra não mais s'erguer!...
Vaga um lugar na cadeia,
Mas o chacal sobre a areia
Acha um corpo que roer.

Ontem a Serra Leoa,
A guerra, a caça ao leão,
O sono dormido à toa
Sob as tendas d'amplidão!
Hoje... o porão negro, fundo,
Infecto, apertado, imundo,
Tendo a peste por jaguar...
E o sono sempre cortado
Pelo arranco de um finado,
E o baque de um corpo ao mar...

Ontem plena liberdade,
A vontade por poder...
Hoje... cúmulo de maldade,
Nem são livres p'ra morrer. .
Prende-os a mesma corrente
— Férrea, lúgubre serpente —
Nas roscas da escravidão.
E assim roubados à morte,
Dança a lúgubre coorte
Ao som do açoite... Irrisão!...

Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus,
Se eu deliro... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus?!...
Ó mar, por que não apagas
Com esponja de tuas vagas
Do teu manto este borrão?
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão! ...


VI

       
Existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e covardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Silêncio.  Musa... chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto! ...

Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança...
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...

Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu nas vagas,
Como um íris no pélago profundo!
Mas é infâmia demais! ... Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!
Andrada! arranca esse pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta dos teus mares!

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Como eu gostava desse carro !


Se voce tem fotos de um carro que, de alguma forma, marcou a sua vida seja por boas lembranças ou seja pelo desenvolvimento dos seus bíceps e peitorais depois de tanto empurrá-lo devido a falta de gasolina ou aquela bateria que voce nunca trocou, 
enfim, 
que valha a pena ser lembrado para voce, 
seus amigos , 
filhos, 
netos ou ex namoradas, 
envie a sua foto ( do carro).
Terei o prazer de compartilhar esse Blog com você.













sexta-feira, 6 de abril de 2012

Espaço Hai Kai

O Haikai é uma pequena poesia com métrica e molde orientais, surgida no século XVI, muito difundida no Japão e vem se espalhando por todo o mundo durante este século. Possui uma longa história que retoma a filosofia espiritualista e o simbolismo Taoista dos místicos orientais e mestres Zen-budistas que expressam muito de seus pensamentos na forma de mitos, símbolos, paradoxos e imagens poéticas. Isto se deve à tentativa de transcender a limitação imposta pela linguagem usual e pensamento linear e científico que trata a natureza e o proprio ser humano como máquina. Na filosofia Zen, assim como no Haikai, é necessario ter introspeção e análise mais profunda fazendo-se perceber e descobrir curiosos e belos fatos naturais que de outra forma passariam despercebidos. O objetivo é capturar a essência do local numa poesia contemplativa e descritiva com grande valorização nos contrastes, na transformação e dinâmica, na cor, nas estações do ano, na união com a natureza, no que é momentâneo versus o que é eterno (ruptura do contínuo) e no elemento de surpresa.
(fonte:O zen e a arte do Haikai)


2012/04/06





Eu sonhei que estava acordado,
Mas quando acordei,
Vi que estava dormindo.

( do meu amigo JR )


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Portal do JCMonteiro: Blog do Tico Tico No Fuba

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Music AnimationMachine @ Jammer 6 pro

Music Animation Machine(MAM) Collection
Serie de novos arranjos de musicas feitos em casa com auxilio dos programas Jammer e MAM
MAM 033 Bach Jesus alegria dos Homens(sem drums)

MAM 033 Jesus Alegria dos Homens(simplificada)

MAM 033 Bach Cantata BWV 147 Jesus Alegria dos Homens

MAM 032 - How deep is your love - Bee Gees

MAM 031 40 anos v 140

MAM 030 - Happiness Handmade Emnily (Instrumental)

MAM 029 - Letting the cables Sleep - Bush

MAM 028 Stereo Love in Jammer 6 and MAM

MAM 027 1000 No kotoba

MAM 026 Magnet

MAM 025 Coronel Antonio Bento

MAM 024 Edelweiss

MAM 023 ALICE hatsune miku

MAM 022 "Salsa" de uma nota só em Jammer 6 pro e MAM

MAM 021 Dancing in jammer 6

MAM 020 Batida diferente

MAM 019 I Can See Clearly Now

MAM 018 Tico tico no fuba

MAM 017 I will survive Cake version

MAM 016 I will survive

MAM 015 Se eu quiser falar com Deus

MAM 014 Alone again

MAM 013 Quarenta anos

MAM 012 All of me( w Bass line )

MAM 011 HINO NACIONAL BRASILEIRO

MAM 010 Tema livre Free Rythm blues theme

MAM 009 No milk today

MAM 008 Tema de Maria Joao e Laginha (wake up dead man)U2

MAM 007 Flashback

MAM 006 Detalhes

MAM 005 Your song

MAM 003 Canon in D Pachelbel

MAM 002 Ave Maria Gounod e Bach Olodum

MAM 001 Air in G Bach
0
AIR On a G String BACH in Jammer 6 pro & Music Animation Machine

AIR On a G String BACH in Jammer 6 pro & Music Animation Machine arpejo

Pachelbel's Canon d major (instrumental)

Detalhes (instrumental)

Flashback (instrumental)

Edelweiss(instrumental)

Batida Diferente(instrumental)

No milk today(instrumental)

Canon in D Pachelbel Jammer 6 pro(instrumental)

Saigon em Jammer 6(instrumental)

Ave Maria e Tambores(instrumental)

street musicians Músicos de Rua(instrumental)

your song (instrumental)

A joke in Jammer 6 pro. 60's Rock Twist(instrumental)

Here, there and everywhere in jammer 6 pro(instrumental)

Dance Disco Music in Jammer 6 pro (instrumental)

Ave Maria Gounod e Bach em Jammer Pro 6(instrumental)

tico tico no fuba(instrumental)

De Maria João (instrumental)

40 anos cantando junto (instrumental)

Serenata do Brega Versão mais brega

Serenata do brega em reggae

Blues & Rock

BRYCE 3D Formas e movimento

BRYCE 3D Formas e Movimentos 1

BRYCE Veículos em Bryce 3D( tema C7M G94)